A ira do amor divino

Lição 5, 1º Trimestre, 25 a 31 de Janeiro de 2025.

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Sábado à Tarde, 25 de Janeiro

Texto para Memorizar:

“Mas ele, sendo cheio de compaixão, perdoou sua iniquidade, e não os destruiu; sim, muitas vezes desviou a sua ira, e não agitou toda a sua cólera. BKJ - Salmos 78:38


“João viu a misericórdia, a compaixão e o amor de Deus de mistura com Sua santidade, justiça e poder. Viu encontrarem os pecadores um Pai nAquele a quem eles, por pecadores que eram, foram levados a temer. E olhando para além da conclusão do grande conflito, contemplou Sião “e também os que saíram vitoriosos... que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus”. “E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro” (Ap 15:2, 3). AA 303.3

“O Salvador é apresentado perante João sob os símbolos do “Leão da tribo de Judá”, e de um “Cordeiro, como havendo sido morto” (Ap 5:5, 6). Esses símbolos representam a união do onipotente poder e do amor que se sacrifica. O Leão de Judá, tão terrível para os que rejeitam Sua graça, será o Cordeiro de Deus para os obedientes e fiéis. A coluna de fogo que fala de terrores e indignação para o transgressor da lei de Deus, é um sinal de luz, misericórdia e livramento para os que guardaram os Seus mandamentos. O braço forte que aniquila o rebelde será forte para libertar os fiéis. Todo o que for fiel será salvo. “E Ele enviará os Seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os Seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus” (Mt 24:31).” AA 303.4

Domingo, 26 de Janeiro

Angustiado pelo Mal


Leia o Salmo 78. O que essa passagem revela sobre a resposta de Deus diante das frequentes rebeliões de Seu povo?

“De Cades os filhos de Israel voltaram ao deserto; e, terminado o período de sua permanência no deserto “os filhos de Israel, a congregação toda, vieram ao deserto de Zim, no primeiro mês. Ficou o povo em Cades”. Números 20:1. PP 298.2

“Ali morreu Miriã e foi sepultada. Daquela cena de júbilo nas praias do Mar Vermelho, quando, com cântico e danças para celebrar a vitória de Jeová, saiu Israel, até à sepultura no deserto, a qual acabou com o peregrinar de toda a sua vida — tal foi a sorte de milhões que com grandes esperanças haviam saído do Egito. O pecado lhes arrebatara dos lábios a taça de bênçãos. Aprenderia a lição a geração seguinte? PP 298.3

“‘Com tudo isto ainda pecaram, e não deram crédito às Suas maravilhas. [...] Pondo-os Ele à morte, então O procuravam; e voltavam, e de madrugada buscavam a Deus. E lembravam-se de que Deus era a sua Rocha, e o Deus altíssimo o seu Redentor’. Salmos 78:32-35. Não voltavam, todavia, a Deus com propósito sincero. Se bem que, quando aflitos por seus inimigos, buscavam auxílio dAquele que unicamente poderia livrar, no entanto ‘o seu coração não era reto para com Ele, nem foram fiéis ao Seu concerto. Mas Ele, que é misericordioso, perdoou a sua iniqüidade, e não os destruiu; antes muitas vezes desviou deles a Sua cólera, [...] porque Se lembrou de que eram carne, um vento que passa e não volta’. Salmos 78:37-39.” PP 298.4

“Por favor, leia atentamente o Salmo 78. Os filhos de Israel trabalharam constantemente contra um Deus bom. Por meio de sua desobediência, eles foram levados ao estado que era o principal resultado de seu próprio procedimento.Eles se arrependeram sob repreensão e castigo, mas caíram novamente sob a tentação, a condescendência e a autossuficiência. 13LtMs, Ms 38, 1898, par. 22 – Tradução Livre

“A história dos filhos de Israel, desde sua entrada no Egito até sua libertação do Egito, é uma lição objetiva para o mundo. O Senhor os tirou da casa da servidão, e os levou como sobre asas de águia, e os trouxe a Si mesmo, para que estivessem sob Sua supervisão e habitassem sob a sombra do trono do Altíssimo. Mas eles seguiram seu próprio caminho, ensinando como doutrina os mandamentos dos homens. E quando Jesus, o grande General do exército celestial, que os tinha guiado pelo deserto, veio a esta terra, a piedade pervertida e a religião legal prevaleceram. Sem piedade ou santidade, o povo não conseguia discernir o Príncipe da vida em Sua humilde e despretensiosa aparência. Apesar de Ele ter feito entre eles obras que nenhum outro homem fez ou poderia fazer, O recusaram. Testemunharam Seus milagres; viram-No andando como um Curador, um Restaurador da imagem moral de Deus no homem; ainda assim, mataram o Príncipe da vida.” 13LtMs, Ms 38, 1898, par. 23 - Tradução Livre

Segunda, 27 de Janeiro

Deus é Tarde em Irar-Se


Reflita sobre a reação de Jonas ao perdão de Deus aos ninivitas. O que isso nos diz sobre Jonas e sobre Deus? Jonas 4:1-4; Mateus 10:8

“‘E os homens de Nínive creram em Deus; e proclamaram um jejum, e vestiram-se de saco, desde o maior, até o menor. Porque esta palavra chegou ao rei de Nínive, e levantou-se do seu trono, e tirou de si os seus vestidos, e cobriu-se de saco, e assentou-se sobre a cinza. E fez uma proclamação, que se divulgou em Nínive, por mandado do rei e dos grandes, dizendo: Nem homens, nem animais, nem bois, nem ovelhas provem coisa alguma, nem se lhes dê pasto, nem bebam água. Mas os homens e os animais estarão cobertos de sacos, e clamarão fortemente a Deus, e se converterão, cada um do seu mau caminho, e da violência que há nas suas mãos. Quem sabe se Se voltará Deus, e Se arrependerá, e Se apartará do furor da Sua ira, de sorte que não pereçamos?’ Jonas 3:5-9. PR 138.13

“Sendo que rei e nobres, com todo o povo, grandes e pequenos, “se arrependeram com a pregação de Jonas” (Mateus 12:41), e uniram-se em clamar ao Deus do Céu, Sua misericórdia foi-lhes assegurada. “Deus viu as obras deles, como se converteram do seu mau caminho; e Deus Se arrependeu do mal que tinha dito lhes faria, e não o fez”. Jonas 3:10. Sua condenação foi evitada; o Deus de Israel fora exaltado e honrado através do mundo pagão, e Sua lei foi reverenciada. Não seria senão muitos anos mais tarde que Nínive devia cair presa das nações vizinhas por causa do seu esquecimento de Deus e jactancioso orgulho. PR 139.1

“Quando Jonas viu o propósito de Deus de poupar a cidade que, não obstante sua impiedade, tinha sido levada a se arrepender em saco e cinzas, devia ter sido o primeiro a se alegrar com a estupenda graça de Deus; mas ao contrário disto, ele permitiu que sua mente se demorasse sobre a possibilidade de ser considerado um falso profeta. Cioso de sua reputação, ele perdeu de vista o valor infinitamente maior das almas nessa cidade infortunada. A compaixão mostrada por Deus para com os arrependidos ninivitas desgostou “Jonas extremamente [...] e ficou todo ressentido”. “Não foi isso o que eu disse”, argumentou ele com o Senhor, “estando ainda na minha terra? Por isso me preveni, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus piedoso, e misericordioso, longânimo, e grande em benignidade, e que Te arrependes do mal”. Jonas 4:1, 2.” PR 139.2

Terça, 28 de Janeiro

Indignação Justa


O que a reação de Jesus à forma como o templo estava sendo usado nos diz sobre a ira de Deus contra o mal? Mateus 21:12, 13; Jo 2:14, 15

“Estas foram as palavras que Ele proferiu na primeira purificação do templo; e na segunda purificação do templo, pouco antes de sua crucificação, disse-lhes: “Está escrito, Minha casa será chamada casa de oração; mas vós a transformastes em um covil de ladrões.” Essa foi uma declaração muito decidida de condenação. Por que a indignação de Cristo se agitou quando entrou nos átrios do templo? Seus olhos varreram a cena e Ele viu nela a desonra de Deus e a opressão do povo. Ele ouviu o mugido dos bois, o balido das ovelhas e a altercação entre os que compravam e vendiam. Nos átrios de Deus, até mesmo os sacerdotes e governantes estavam envolvidos no comércio. Quando os olhos de Cristo varreram aquela cena, sua aparência atraiu a atenção da multidão, e de repente todas as vozes se calaram, e todos os olhos se fixaram em Cristo. Uma vez que sua atenção foi chamada para Ele, não conseguiram desviar os olhos de seu rosto, pois havia algo em sua fisionomia que os amedrontava e aterrorizava. Quem era Ele? — Um humilde galileu, filho de um carpinteiro que havia trabalhado em seu ofício com seu pai; mas enquanto olhavam para Ele, sentiam como se estivessem diante do tribunal do julgamento.” RH 27 de agosto de 1895, par. 2 – Tradução Livre

“O que foi que Ele viu ao contemplar o pátio do templo convertido em um local de comércio? Estavam vendendo bois, ovelhas e pombas aos que queriam oferecer sacrifício a Deus por seus pecados. Havia muitos pobres entre a multidão, e eles haviam sido ensinados que, para terem seus pecados perdoados, precisavam ter uma oferta e um sacrifício para apresentar a Deus. Cristo viu os pobres, os angustiados e os aflitos em dificuldade e desânimo porque não tinham o suficiente para comprar nem mesmo uma pomba como oferta. Os cegos, os coxos, os surdos, os aflitos, estavam sofrendo e angustiados porque desejavam apresentar uma oferta por seus pecados, mas os preços eram tão exorbitantes que não podiam comprá-la. Parecia que não havia chance de terem seus pecados perdoados. Eles sabiam que eram pecadores e que precisavam de uma oferta, mas como poderiam obtê-la? O olhar profético de Cristo observou o futuro, não apenas os anos, mas as eras e os séculos. Ele viu a queda de Jerusalém e a destruição do mundo. Ele viu como sacerdotes, governantes e homens de posição elevada afastariam os necessitados de seu direito e até mesmo proibiriam que o evangelho fosse pregado aos pobres. Nos pátios do templo, os sacerdotes vestiam suas vestes para exibição e para marcar sua posição como sacerdotes de Deus. As vestes de Cristo estavam manchadas pelas viagens. Ele tinha a aparência de um jovem galileu e, no entanto, ao pegar o flagelo de pequenas cordas e permanecer nos degraus do templo, ninguém podia resistir à autoridade com que Ele falava, dizendo: “Tirai daqui estas coisas”, derrubando as mesas dos cambistas e expulsando as ovelhas e os bois. O povo olhava para Ele como que enfeitiçado, pois a divindade transparecia na humanidade. Tal dignidade, tal autoridade, brilhava no semblante de Cristo, que eles se convenceram de que ele estava revestido do poder do céu. Eles haviam sido ensinados a ter grande respeito pelos profetas, e o poder demonstrado por Cristo convenceu muitos que não haviam fechado o coração à convicção de que Ele era um enviado de Deus. Alguns disseram: “Ele é o Messias”, e aqueles a quem ele se revelou foram de fato convencidos de que era o Mestre enviado por Deus; mas aqueles que sufocaram a voz da consciência, que desejavam riquezas e estavam determinados a tê-las, não importava de que maneira fossem obtidas, fecharam a porta do coração contra Ele. Os cambistas que estavam ali com o propósito de trocar o dinheiro romano pelo dinheiro que deveria ser usado no templo ficaram descontentes com sua ação. Sua mercadoria era o roubo do povo, e eles haviam transformado a casa de Deus em um covil de ladrões. Esses homens viram em Cristo um mensageiro de vingança e fugiram do templo como se um bando de soldados armados estivesse em seu rastro. Os sacerdotes e os governantes também fugiram, desanimados, assim como os traficantes de mercadorias. Enquanto fugiam, encontraram outros que estavam a caminho do templo, mas eles lhes disseram que voltassem. Disseram que um homem com autoridade havia expulsado os bois e as ovelhas e que os havia expulsado do templo. RH 27 de agosto de 1895, par. 3 – Tradução Livre

“Quando Cristo expulsou os que vendiam pombas, ele disse: ‘ Retirem essas coisas daqui’. Ele não expulsou as pombas como havia feito com os bois e as ovelhas, e por quê? Ele conhecia as necessidades deles e, como os vendedores foram expulsos do templo, os sofredores e aflitos foram deixados nos pátios. Sua única esperança era ir ao templo, onde poderiam apresentar sua oferta com um pedido a Deus para que fossem abençoados em seus campos, em suas colheitas, em seus filhos e em seus lares. Os sacerdotes e os líderes fugiram aterrorizados e assustados do meio do povo; mas depois de se recuperarem do susto, disseram: “Por que saímos da presença daquele homem?” Eles não sabiam quem Ele era. Não sabiam que era um representante do Pai. Não sabiam que Ele havia revestido Sua divindade com a humanidade; e, ainda assim, tinham consciência de Seu poder divino. Cristo havia olhado para a multidão em fuga com um coração da mais terna piedade. Seu coração estava cheio de pesar pelo fato de o serviço do templo ter sido poluído e ter deturpado Seu caráter e missão. Em seu amor piedoso, ele desejava salvá-los de seus erros. Ansiava por salvar os sacerdotes e os governantes que, embora afirmassem ser guardiões do povo, o haviam oprimido e desviado os necessitados de seus direitos. Mas os sacerdotes e os governantes, recuperando-se do desânimo, disseram: 'Voltaremos e o desafiaremos, e lhe perguntaremos com que autoridade ele presumiu expulsar-nos do templo'”. RH 27 de agosto de 1895, par. 4 – Tradução Livre

Quarta, 29 de janeiro

Deus não se Agrada em Afligir


Por que Deus trouxe juízo a Jerusalém por meio dos babilônios? Por que Ele puniu os babilônios depois? Leia Ed 5:12; 2Cr 36:16; Jr 51:24, 25, 44

“A tristeza do profeta em vista da completa perversidade dos que deviam ter sido a luz espiritual do mundo, sua tristeza pela sorte de Sião e do povo levado cativo para Babilônia, é revelada nas lamentações que ele deixou registradas como memorial da estultícia de deixar os conselhos de Jeová pela sabedoria humana. Em meio à ruína operada, Jeremias pôde ainda declarar: “As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos.” E sua constante oração era: “Esquadrinhemos os nossos caminhos, experimentemo-los, e voltemos para o Senhor”. Lamentações 3:22, 40. Embora Judá ainda fosse um reino entre as nações, ele inquirira de seu Deus: “De todo rejeitaste Tu a Judá? ou aborrece a Tua alma a Sião?” e ele tinha ousado suplicar: “Não nos rejeites por amor do Teu nome”. Jeremias 14:19, 21. A fé absoluta do profeta no eterno propósito de Deus de fazer que da confusão surgisse ordem, e de demonstrar às nações da Terra e a todo o Universo Seus atributos de justiça e amor, levou-o agora a suplicar confiantemente em favor daqueles que tornassem do mal para a justiça. PR 235.4

“Mas agora Sião estava inteiramente destruída; o povo de Deus fora levado em cativeiro. Subjugado pela dor, o profeta exclamou: “Como se acha solitária aquela cidade, dantes tão populosa tornou-se como viúva; a que foi grande entre as nações, e princesa entre as províncias, tornou-se tributária Continuamente chora de noite, e as suas lágrimas correm pelas suas faces; não tem quem a console entre todos os seus amadores; todos os seus amigos se houveram aleivosamente com ela, tornaram-se seus inimigos.” PR 236.1

“Os profetas hebreus haviam falado claramente sobre a maneira como Babilônia devia cair. Havendo-lhes Deus revelado em visão os eventos do futuro, eles exclamaram: “Como foi tomada Sesaque, e apanhada de surpresa a glória de toda a Terra como se tornou Babilônia um espanto entre as nações” “Como foi cortado e quebrado o martelo de toda a Terra! Como se tornou Babilônia em espanto entre as nações”! Jeremias 51:41. “Ao estrondo da tomada de Babilônia estremeceu a terra; e o grito se ouviu entre as nações”. Jeremias 50:23, 46. PR 271.3

“‘Num momento caiu Babilônia.’ ‘Porque o destruidor vem sobre ela, sobre Babilônia, e os seus valentes serão presos, já estão quebrados os seus arcos; porque o Senhor, Deus das recompensas, certamente lhe retribuirá. E embriagarei os seus príncipes, e os seus sábios, e os seus capitães, e os seus magistrados, e os seus valentes; e dormirão um sono perpétuo, e não acordarão, diz o Rei, cujo nome é o Senhor dos Exércitos’”. Jeremias 51:8, 56, 57. PR 271.4

“Assim, “os largos muros de Babilônia” foram “totalmente derribados, e as suas portas excelsas [...] abrasadas pelo fogo”. Assim Jeová dos Exércitos fez “cessar a arrogância dos atrevidos”, e abateu “a soberba dos tiranos”. Jeremias 51:58. Assim Babilônia, o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus”, tornou-se como Sodoma e Gomorra — um lugar para sempre amaldiçoado. “Nunca mais será habitada”, a Inspiração havia declarado, “nem reedificada de geração em geração; nem o árabe armará ali a sua tenda, nem tão pouco os pastores ali farão deitar os seus rebanhos. Mas as feras do deserto repousarão ali, e as suas casas se encherão de horríveis animais; e ali habitarão as avestruzes, e os sátiros pularão ali. E as feras que uivam gritarão umas às outras nos seus palácios vazios, como também os chacais nos seus palácios de prazer”. Isaías 13:11, 19-22. “E reduzi-la-ei a possessão de corujas e a lagoas de águas, e varrê-la-ei com vassoura de perdição, diz o Senhor dos Exércitos”. Isaías 14:23.” PR 271.7

Quinta, 30 de Janeiro

Demonstrar Compaixão


Alguns têm receio de que a ira divina seja interpretada erroneamente como justificativa para a vingança humana. Como a Bíblia alerta contra a vingança humana? Leia Dt 32:35; Pv 20:22; 24:29; Rm 12:17-21; Hb 10:30

“Surgiam constantemente ocasiões de irritação para os judeus em razão de seu contato com a soldadesca romana. Destacamentos de tropas achavam-se estacionados em vários pontos através da Judéia e da Galiléia, e sua presença lembrava aos judeus a própria degradação como um povo. Com amargura ouviam eles o alto soar da trombeta, e viam as tropas formando em torno das bandeiras romanas, curvando-se em homenagem ante este símbolo de seu poder. Freqüentes eram os choques entre o povo e os soldados, choques que acendiam o ódio popular. Muitas vezes, quando algum oficial romano ia, apressado, de um lugar para outro, acompanhado de sua guarda, lançava mão dos camponeses judeus que trabalhavam no campo, forçando-os a carregar fardos, montanhas acima ou a prestar outro qualquer serviço de que necessitassem. Isto estava em harmonia com a lei e o costume romanos, e a resistência a exigências desta ordem apenas daria lugar a sarcasmos e crueldades. Dia a dia se aprofundava no coração do povo o anseio de sacudir o jugo romano. Especialmente entre os ousados galileus de rijos pulsos, era predominante o espírito de insurreição. Como cidade fronteiriça, era Cafarnaum sede de uma guarnição, e mesmo enquanto Jesus estava ensinando, a vista de um grupo de soldados evocou a Seus ouvintes a amarga lembrança da humilhação de Israel. O povo olhava ansiosamente para Cristo, esperando que fosse Ele Aquele que houvesse de humilhar o orgulho romano. MDC 69.2

“Foi com tristeza que Jesus contemplou as faces voltadas para Ele. Observava o espírito de vingança que estampara seus maus traços sobre eles, conhecendo quão veementemente ansiava o povo o poder a fim de esmagar seus opressores. Com tristeza, Ele lhes ordena: “Não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra.” MDC 70.1

“Estas palavras não eram senão uma reiteração do ensino do Velho Testamento. É verdade que a regra: “olho por olho, e dente por dente” (Levítico 24:20), era uma providência nas leis dadas por intermédio de Moisés; era, porém, um estatuto civil. Ninguém seria justificado em se vingar a si mesmo; pois tinham as palavras do Senhor: “Não digas: vingar-me-ei.” “Não digas: Como ele me fez a mim, assim lhe farei a ele.” “Quando cair o teu inimigo, não te alegres.” “Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber.” Provérbios 20:22; 24:29, 17; 25:21, 22. MDC 70.2

“Toda a vida terrestre de Jesus foi uma manifestação deste princípio. Foi para trazer o pão da vida a Seus inimigos, que nosso Salvador deixou Seu lar no Céu. Se bem que se amontoassem sobre Ele calúnias e perseguições desde o berço até à sepultura, estas não Lhe provocaram senão expressões de um amor que perdoa. Por intermédio do profeta Isaías, Ele diz: “As Minhas costas dou aos que Me ferem, e as Minhas faces aos que me arrancam os cabelos: não escondo a Minha face dos que Me afrontam e me cospem.” “Ele foi oprimido, mas não abriu a Sua boca.” Isaías 50:6; 53:7. E, através dos séculos, chega-nos da cruz do Calvário Sua oração pelos que Lhe davam a morte, e a mensagem de esperança ao ladrão moribundo.” MDC 71.1

Sexta, 31 de Janeiro

Estudo Adicional

“‘Ao que quiser pleitear contigo e tirar-te o vestido [túnica], larga-lhe também a capa [manto]. E se alguém te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas.’ Mateus 5:40, 41. MDC 71.3

“Jesus ordenou a Seus discípulos que, em vez de resistir às exigências dos que se acham em autoridade, fizessem ainda mais do que lhes era exigido. E, o quanto possível, se desempenhassem de qualquer obrigação, mesmo que fosse além do que exigia a lei da Terra. A lei, segundo fora dada por Moisés, recomendava uma mui terna consideração para com o pobre. Quando um homem pobre dava sua roupa em penhor, ou em garantia por uma dívida, não era permitido ao credor entrar-lhe em casa a fim de a ir buscar; devia esperar na rua para que o penhor lhe fosse levado. E fossem quais fossem as circunstâncias, o penhor devia ser restituído a seu dono ao pôr do Sol. Deuteronômio 24:10-13. No tempo de Cristo essas misericordiosas providências eram pouco atendidas; mas Jesus ensinou Seus discípulos a se submeterem à decisão do tribunal, mesmo que esta exigisse além do que autorizava a lei de Moisés. Ainda que requeresse uma parte de seu vestuário, deviam submeter-se. Mas ainda, deviam dar ao credor o que lhe era devido, se necessário entregando mesmo mais do que o tribunal o autorizava a tomar. “Ao que quiser pleitear contigo”, disse Ele, “e tirar-te o vestido, larga-lhe também a capa.” E se os mensageiros vos exigirem que andeis com eles uma milha, ide com eles duas. MDC 72.1

“Jesus acrescentou: “Dá ao que te pedir, e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.” A mesma lição fora ensinada por intermédio de Moisés: “Não endurecerás o teu coração, nem fecharás a tua mão ao teu irmão que for pobre; antes lhe abrirás de todo a tua mão, e livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto lhe baste para a sua necessidade.” Deuteronômio 15:7, 8. Esta escritura esclarece o sentido das palavras do Salvador. Cristo não nos ensina a dar indiscriminadamente a todos quantos pedem por caridade; mas diz: “Livremente lhe emprestarás o que lhe falta”; e isto deve ser uma dádiva, de preferência a um empréstimo; pois cumpre-nos emprestar ‘sem nada’ esperar. Lucas 6:35.” MDC 72.2