
“Eu, o SENHOR, esquadrinho o coração, eu sondo os rins, para dar a cada homem conforme os seus caminhos, e conforme o fruto dos seus feitos.” BKJ — Jeremias 17:10
“As palavras do apóstolo foram escritas com o objetivo de instruir os crentes de todas as épocas, e têm significado especial para os que vivem no tempo em que “já está próximo o fim de todas as coisas”. Suas exortações e advertências, bem como suas palavras de fé e de ânimo, são de necessidade para todas as almas que desejem conservar sua fé “firmemente” “até ao fim” (Hb 3:14). AA 269.6
“O apóstolo procurou ensinar aos crentes quão importante é guardar a mente de vagar por temas proibidos, ou de gastar sua energia em assuntos triviais. Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás, devem guardar bem as vias de acesso à alma; devem-se esquivar de ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensamentos impuros. Não devem permitir que a mente se demore ao acaso em cada assunto que o inimigo das almas possa sugerir. O coração deve ser fielmente guardado, pois de outra maneira os males externos despertarão os internos, e a alma vagará em trevas. “Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento”, escreveu Pedro, “sede sóbrios, e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo; ... não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; porquanto escrito está: Sede santos, porque Eu sou santo” (1Pe 1:13-16). AA 270.1
Leia Josué 7. Quais foram as duas principais causas da derrota de Israel pelos habitantes de Ai?
“A grande vitória que Deus lhes havia ganho, tornara os israelitas confiantes em si mesmos. Porque Ele lhes tivesse prometido a terra de Canaã, achavam-se livres de perigo, e deixaram de compenetrar-se de que só o auxílio divino lhes poderia dar êxito. Mesmo Josué fez seus planos para a conquista de Ai, sem procurar conselho da parte de Deus. PP 360.1
“Os israelitas tinham começado a exaltar sua própria força, e a olhar com desdém para os seus adversários. Esperava-se uma vitória fácil, e acharam-se suficientes três mil homens para tomarem o lugar. Arremessaram-se ao ataque sem a segurança de que Deus estaria com eles. Avançaram quase até às portas da cidade, apenas para encontrarem a mais decidida resistência. Tomados de pânico ante o número e completo preparo de seus inimigos, fugiram em confusão pela escarpada descida abaixo. Os cananeus puseram-se em feroz perseguição; “seguiram-nos desde a porta. [...] e feriram-nos na descida”. Posto que a perda fosse pequena quanto ao número, tendo sido mortos apenas trinta e seis homens, foi a derrota desanimadora para toda a congregação. “O coração do povo se derreteu e se tornou como água.” Esta foi a primeira vez que se defrontaram com os cananeus em combate efetivo; e, se foram postos em fuga diante dos defensores desta pequena cidade, qual seria o resultado nos maiores conflitos que se achavam perante eles? Josué encarou o mau êxito como expressão do desagrado de Deus, e, angustiosamente, apreensivamente, “rasgou os seus vestidos, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor até a tarde, ele e os anciãos de Israel, e deitaram pó sobre as suas cabeças”. PP 360.2
“A resposta de Jeová foi: “Levanta-te; por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel [...] transgrediu o Meu concerto que lhes tinha ordenado.” Era este um momento para ação pronta e decidida, e não para desespero e lamentação. Havia pecado secreto no acampamento, e este devia ser descoberto e removido, antes que a presença e a bênção do Senhor pudessem estar com o Seu povo. “Não serei mais convosco, se não desarraigardes o anátema do meio de vós.” PP 360.4
“A ordem de Deus tinha sido desatendida por um dos encarregados de executar Seus juízos. E a nação foi considerada responsável pelo crime do transgressor: “Tomaram do anátema, e também furtaram, e também mentiram.” Deram-se instruções a Josué para a descoberta e castigo do criminoso. Dever-se-ia empregar a sorte para descobri-lo. O pecador não foi diretamente indicado, ficando a questão em dúvida por algum tempo, a fim de que o povo pudesse sentir sua responsabilidade pelos pecados existentes entre eles, e assim fosse levado ao exame de coração, e humilhação perante Deus.” PP 360.5
Leia Josué 7:16-19. O que todo esse processo nos diz sobre Deus e Acã?
“De manhã bem cedo, Josué reuniu o povo, “segundo as suas tribos”, e iniciou-se a cerimônia solene e impressionante. Passo a passo prosseguiu a investigação. Mais e mais minuciosa se tornava a terrível prova. Primeiro a tribo, depois a família, depois a casa, a seguir o homem, foram passados pela prova, e Acã, filho de Carmi, da tribo de Judá, foi indicado pelo dedo de Deus como o perturbador de Israel. PP 361.1
“Para confirmar seu crime, fora de toda a dúvida, não deixando base para a acusação de que fora condenado injustamente, Josué, de modo solene, conjurou a Acã a reconhecer a verdade. O miserável homem fez ampla confissão de seu crime: “Verdadeiramente pequei contra o Senhor Deus de Israel. [...] Quando vi entre os despojos uma boa capa babilônica, e duzentos siclos de prata, e uma cunha de ouro do peso de cinqüenta siclos, cobicei-os e tomei-os; e eis que estão escondidos na terra, no meio da minha tenda.” Expediram-se imediatamente mensageiros para a tenda, onde removeram a terra no lugar indicado, e “eis que tudo estava escondido na sua tenda, e a prata debaixo dela. Tomaram pois aquelas coisas do meio da tenda, e as trouxeram a Josué [...] e as deitaram perante o Senhor”. PP 361.2
“Pronunciou-se a sentença, e imediatamente foi executada. “Por que nos turbaste?” disse Josué; “o Senhor te turbará a ti este dia.” Como o povo houvesse sido responsabilizado pelo pecado de Acã, e tivesse sofrido pelas suas conseqüências, deveria, mediante seus representantes, tomar parte no castigo àquele pecado. “Todo o Israel o apedrejou com pedras.” PP 361.3
“Sempre dizemos que somos governados pelos mesmos princípios, que temos o mesmo espírito. Mas ao invés de darmos tudo para Cristo, muitos temos tomado uma parte do ouro e das vestes de Babilônia e escondido para nós. Se a presença de um só Acã foi suficiente para enfraquecer todo o acampamento de Israel, será que ainda vamos nos surpreender diante dos pequenos sucessos que conseguimos, uma vez que cada igreja e quase cada família tem o seu Acã?” T5 157.1
“O desagrado de Deus está sobre Seu povo. Ele não manifestará Seu poder em seu meio enquanto existirem pecados entre eles e forem incentivados por pessoas em posições de responsabilidade.” T5 270.2
Leia Josué 7:19-21. O que Josué pediu que Acã fizesse? Qual é o significado desse pedido? Como podemos entender a confissão dele?
“O pecado de Acã foi cometido em desafio às advertências mais diretas e solenes e às mais grandiosas manifestações do poder de Deus. “Guardai-vos do anátema, para que vos não metais em anátema”, tinha sido a proclamação a todo o Israel. A ordem fora dada imediatamente depois da passagem miraculosa do Jordão, e do reconhecimento do concerto de Deus pela circuncisão do povo — após a observância da Páscoa, e o aparecimento do Anjo do concerto, o Capitão da hoste do Senhor. A ela se seguira a subversão de Jericó, dando provas da destruição que certo surpreenderá todos os transgressores da lei de Deus. O fato de que somente o poder divino dera a vitória a Israel, de que não entraram na posse de Jericó pela sua própria força, dava um peso solene à ordem que lhes proibia participar dos despojos. Deus, pelo poder de Sua palavra, vencera aquela fortaleza; a conquista era Sua, e a Ele, unicamente, a cidade com todas as coisas que nela se continham devia ser devotada. PP 361.5
“Dentre os milhões de Israel apenas um homem houve que, naquela hora solene de triunfo e juízo, ousara transgredir a ordem de Deus. A cobiça de Acã foi despertada à vista daquela custosa capa de Sinear; mesmo quando ela o levou em face da morte, ele a chamou “uma boa capa babilônica”. Um pecado arrastara outro, e ele se apropriou do ouro e da prata dedicados ao tesouro do Senhor — roubou a Deus as primícias da terra de Canaã. PP 362.1
“O mortal pecado que determinara a ruína de Acã teve suas raízes na cobiça, um dos mais comuns e mais levianamente considerados dentre todos os pecados. Enquanto outras faltas são descobertas e castigadas, quão raramente apenas desperta censura a violação do décimo mandamento. A enormidade deste pecado, e seus terríveis resultados, são a lição da história de Acã.” PP 362.2
Leia Josué 8:1-29. O que essa história nos diz sobre como Deus pode transformar nossos piores fracassos em oportunidades?
“Depois que Josué executou a sentença divina sobre Acã, e assim afastou de Israel a ira de Deus, foi-lhe ordenado reunir todos os homens de guerra e avançar novamente contra Ai. Os exércitos do Céu agora lutavam por Israel, e seus inimigos foram postos em fuga.” — Signs of the Times, 12 de maio de 1881, parágrafo 1. Tradução Livre
“Cientes de que sua única esperança estava na obediência a Deus, Josué reuniu todo o povo conforme Moisés havia ordenado, e repetiu-lhes as bênçãos que seguiriam a obediência à lei, e as maldições que cairiam sobre eles caso a desconsiderassem. Em seguida, ele repetiu diante deles a lei dos dez mandamentos, bem como todos os estatutos e preceitos que Moisés havia registrado. Mais uma vez, Josué conduziu Israel à batalha contra seus inimigos. O Senhor operou poderosamente por seu povo, e seus exércitos avançaram, ganhando novo ânimo a cada vitória.” — Signs of the Times, 12 de maio de 1881, parágrafo 2. – Tradução Livre
“Um pecador pode difundir trevas que excluam a luz de Deus de toda a congregação. Ao as pessoas compreenderem que se estão adensando trevas sobre elas, sem que saibam a causa, devem buscar diligentemente a Deus, em grande humildade e abatimento do próprio eu, até que os erros que ofendem o seu Espírito sejam descobertos e afastados.” T3 265.2
Leia Josué 7:6-9, que trata da reação inicial de Josué à calamidade que se abateu sobre eles. Observe especialmente o verso 9. Que princípio teológico importante é encontrado nas palavras de Josué?
“Acã cobiçou e escondeu uma barra de ouro e uma boa veste babilônica, que foram tomados como espólio do inimigo. Mas o Senhor havia declarado a cidade de Jericó amaldiçoada e ordenado que as pessoas não tomassem despojos de seus inimigos para seu próprio uso. “Tão-somente guardai-vos das coisas condenadas, para que, tendo-as vós condenado, não as tomeis; e assim torneis maldito o arraial de Israel e o confundais. Porém toda prata, e ouro, e utensílios de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão para o tesouro.” Josué 6:18, 19. T4 491.1
“Mas Acã, da tribo de Judá, tomou o objeto amaldiçoado, e a ira do Senhor acendeu-se contra os filhos de Israel. Quando os exércitos de Israel saíram para combater o inimigo foram repelidos e tiveram de recuar e alguns deles foram mortos. Isto trouxe grande desânimo sobre o povo. Josué, o seu líder, ficou perplexo e confuso. Na maior humilhação, ele caiu sobre seu rosto e orou: “Ah! Senhor Jeová! Por que, com efeito, fizeste passar a este povo o Jordão, para nos dares nas mãos dos amorreus, para nos fazerem perecer? Tomara nos contentáramos com ficarmos dalém do Jordão. Ah! Senhor! Que direi, pois Israel virou as costas diante dos seus inimigos? Ouvindo isso, os cananeus e todos os moradores da terra nos cercarão e desarraigarão o nosso nome da terra; e, então, que farás ao Teu grande nome?” Josué 7:7-9. T4 491.2
“A resposta do Senhor a Josué foi: “Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e até transgrediram o Meu concerto que lhes tinha ordenado, e até tomaram do anátema, e também furtaram, e também mentiram, e até debaixo da sua bagagem o puseram.” Josué 7:10, 11. Acã havia roubado aquilo que era reservado por Deus e colocado em Seu tesouro; e também dissimulou, porque quando viu o acampamento de Israel perturbado, não confessou a sua culpa; pois sabia que Josué havia repetido as palavras do Senhor ao povo, que se o povo se apoderasse daquilo que Deus havia separado, o acampamento de Israel seria perturbado. T4 492.1
“Enquanto se regozijava em seu ganho adquirido impiamente, sua segurança foi despedaçada; ele fica sabendo que uma investigação deve ser feita. Isso o torna inquieto. Repete vez após vez para si mesmo — o que eles têm a ver com isso? Eu sou responsável por meus atos. Ele, aparentemente, assume um semblante corajoso e da maneira mais convincente condena o culpado. Se tivesse confessado, teria sido salvo; mas o pecado endurece o coração, e ele continua a afirmar sua inocência. Em meio a tão grande multidão, pensa que escapará da investigação. Sortes são lançadas para descobrir o ofensor; a sorte cai sobre a tribo de Judá. O coração de Acã agora começa a pulsar com temor de culpa, pois ele é dessa tribo; mas ainda se vangloria de poder escapar. A sorte é lançada novamente e a família à qual pertence é apontada. Agora Josué pode ver estampada a culpa no pálido semblante. A sorte novamente é lançada e identifica o homem infeliz. Ali está ele em pé, apontado pelo dedo de Deus como o culpado que causou toda aquela perturbação.” T4 492.2
“Se quando Acã se deixou levar pela tentação tivesse sido indagado se desejava provocar tal derrota e morte no acampamento de Israel, ele teria respondido: “Não, não! É teu servo um cão para fazer tão grande maldade?” Mas ele se deteve na tentação para satisfazer a própria cobiça, e quando a oportunidade se apresentou, ele foi além daquilo que havia proposto em seu coração. É exatamente dessa maneira que membros individuais da igreja são imperceptivelmente levados a ofender o Espírito de Deus, a defraudar seus semelhantes e acarretar o desagrado de Deus sobre a igreja. Nenhum homem vive para si mesmo. Vergonha, derrota e morte foram levadas sobre Israel pelo pecado de um só homem. Aquela proteção que lhes havia abrigado a cabeça no dia da batalha foi retirada. Vários pecados que são praticados e acariciados por professos cristãos acarretam o desagrado de Deus sobre a igreja. No dia em que o livro de registro do Céu for aberto, o Juiz não expressará em palavras ao homem a sua culpa, mas lançará um olhar penetrante e convincente e todo ato e toda transação da vida estarão vividamente gravados sobre a memória do malfeitor. A pessoa não precisará, como no tempo de Josué, ser procurado de tribo a família, mas os próprios lábios confessarão sua vergonha, egoísmo, cobiça, desonestidade, dissimulação e fraude. Seus pecados, ocultos do conhecimento do homem, serão então proclamados, por assim dizer, do alto dos telhados. T4 492.3
“A influência mais temida pela igreja não é a dos francos opositores, dos infiéis e blasfemos, mas a dos incoerentes professos seguidores de Cristo. Há aqueles que afastam de Israel as bênçãos de Deus e trazem fraqueza à igreja, reprovação que não é facilmente eliminada. Enquanto Josué permanecia com o rosto em terra, derramando sua alma a Deus em agonia de espírito e com lágrimas, a ordem de Deus foi uma reprovação: “Levanta-te! Por que estás prostrado assim sobre o teu rosto?” Josué 7:10. T4 493.1
“As igrejas populares estão cheias de homens, que, embora apresentando uma pretensão de servir a Deus, são ladrões, assassinos, adúlteros e fornicadores; aqueles, porém, que professam nossa humilde fé reivindicam um padrão mais elevado. Eles devem ser cristãos bíblicos; devem ser diligentes no estudo do Decálogo da vida. De maneira cuidadosa e com oração devem examinar os motivos que os levam à ação. Aqueles que desejam colocar sua confiança em Cristo devem começar a estudar as belezas da cruz agora. Se desejam ser cristãos vivos, devem começar a temer e obedecer agora. Se quiserem, podem livrar sua alma da ruína e ter êxito em obter a vida eterna.” T4 493.2