"E acontecerá, quando vossos filhos vos disserem: O que quereis dizer com este culto? Que direis: Este é o sacrifício da Páscoa do SENHOR, que passou sobre as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu os egípcios, e livrou as nossas casas. E o povo curvou a cabeça e adorou." BKJ - Êxodo 12:26, 27
“Quando o pedido para o livramento de Israel fora pela primeira vez apresentado ao rei do Egito, fizera-se a advertência das mais terríveis pragas. Foi ordenado a Moisés dizer a Faraó: “Assim diz o Senhor: Israel é Meu filho, Meu primogênito. E Eu te tenho dito: Deixa ir o Meu filho, para que Me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que Eu matarei a teu filho, o teu primogênito”. Êxodo 4:22, 23. Posto que desprezados pelos egípcios, os israelitas haviam sido honrados por Deus, tendo sido separados para serem os depositários de Sua lei. Nas bênçãos e privilégios especiais a eles conferidos, tinham preeminência entre as nações, como tinha o filho primogênito entre seus irmãos. PP 191.1
“O juízo de que o Egito fora em primeiro lugar advertido, deveria ser o último a ser mandado. Deus é longânimo e cheio de misericórdia. Tem terno cuidado pelos seres formados à Sua imagem. Se a perda das suas colheitas, rebanhos e gado, houvesse levado o Egito ao arrependimento, os filhos não teriam sido atingidos; mas a nação obstinadamente resistiu à ordem divina, e agora o golpe final estava prestes a ser desferido. PP 191.2
Que advertência o Senhor fez antes de executar o juízo sobre o Egito? Leia Êxodo 11
“A Moisés tinha sido proibido, sob pena de morte, aparecer outra vez à presença de Faraó; mas uma última mensagem da parte de Deus deveria ser proferida ao rebelde rei, e novamente Moisés veio perante ele, com o terrível anúncio: ‘Assim o Senhor tem dito: À meia-noite Eu sairei pelo meio do Egito; e todo o primogênito na terra do Egito morrerá, desde o primogênito de Faraó, que se assenta com ele sobre o seu trono, até o primogênito da serva que está detrás da mó, e todo o primogênito dos animais. E haverá grande clamor em toda a terra do Egito, qual nunca houve semelhante e nunca haverá; mas contra todos os filhos de Israel nem ainda um cão moverá a sua língua, desde os homens até aos animais, para que saibais que o Senhor fez diferença entre os egípcios e os israelitas. Então todos estes teus servos descerão a mim, e se inclinarão diante de mim, dizendo: Sai tu, e todo o povo que te segue as pisadas; e depois eu sairei’”. Êxodo 11:4-8. PP 191.3
"Quando Moisés contou ao rei sobre a praga que viria sobre eles — mais terrível do que qualquer outra que já havia atingido o Egito — e que faria todos os seus grandes conselheiros se curvarem diante dele e suplicarem que os israelitas deixassem o Egito, o rei ficou extremamente irado. Ele estava furioso porque não conseguia intimidar Moisés nem fazê-lo tremer diante de sua autoridade real. Mas Moisés buscava apoio em um braço mais poderoso do que o de qualquer monarca terreno." (3SG 222.1) - Tradução Livre
“Quando Moisés relatou a Israel as providências tomadas por Deus para o seu livramento, “o povo inclinou-se e adorou”. Êxodo 12:27. A alegre esperança de liberdade, o tremendo conhecimento de juízo iminente sobre os opressores, os cuidados e afazeres de que dependia a sua rápida partida, tudo naquela ocasião foi absorvido pela gratidão para com seu Libertador, cheio de graça. Muitos dos egípcios foram levados a reconhecer o Deus dos hebreus como o único verdadeiro Deus, e pediram agora que se lhes permitisse encontrar abrigo nos lares de Israel, quando o anjo destruidor passasse pela terra. Foram alegremente recebidos, e comprometeram-se dali em diante a servir ao Deus de Jacó, e saírem do Egito com Seu povo.” PP 194.2
Leia Êxodo 12:1-20. Quais instruções específicas Deus deu a Moisés e Arão antes de Israel deixar o Egito?
“Antes da execução desta sentença, o Senhor por meio de Moisés deu instruções aos filhos de Israel relativas à partida do Egito, e especialmente para a sua preservação no juízo por vir. Cada família, sozinha ou ligada com outras, deveria matar um cordeiro ou cabrito “sem mácula”, e com um molho de hissopo espargir seu sangue “em ambas as ombreiras, e na verga da porta” da casa, para que o anjo destruidor, vindo à meia-noite, não entrasse naquela habitação. Deviam comer a carne, assada, com pão asmo e ervas amargosas, à noite, conforme disse Moisés, com “os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a Páscoa do Senhor”. Êxodo 12:1-28. PP 191.4
“O Senhor declarou: ‘Passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos. [...] E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo Eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando Eu ferir a terra do Egito.’”
Leia Êxodo 12:13, 14. O que o Senhor faria pelo povo quando a última praga viesse? O que tudo isso simbolizava?
“Em comemoração a este grande livramento, uma festa devia ser observada anualmente pelo povo de Israel, em todas as gerações futuras. “Este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” Ao observarem esta festa nos anos futuros, deviam repetir aos filhos a história deste grande livramento, conforme lhes ordenou Moisés: “Direis: Este é o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas.” Ademais, os primogênitos tanto de homens como de animais deviam ser do Senhor, podendo ser reavidos apenas por meio de resgate, em reconhecimento de que, quando os primogênitos do Egito pereceram, os de Israel, se bem que graciosamente preservados, estiveram, com justiça, expostos à mesma sorte se não fora o sacrifício expiatório. “Todo o primogênito Meu é”, declarou o Senhor; “desde o dia em que feri a todo o primogênito na terra do Egito, santifiquei para Mim todo o primogênito em Israel, desde o homem até ao animal: Meus serão”. Números 3:13. Depois da instituição do culto do tabernáculo, o Senhor escolheu para Si a tribo de Levi para a obra do santuário, em lugar dos primogênitos do povo. “Eles, do meio dos filhos de Israel, Me são dados”, disse Ele. “Em lugar [...] do primogênito de cada um dos filhos de Israel, para Mim os tenho tomado”. Números 8:16. Exigia-se ainda, entretanto, de todo o povo, em reconhecimento da misericórdia de Deus, pagar certo valor pelo resgate do filho primogênito. Números 18:15, 16. PP 192.2
Leia Êxodo 7:14, 12:17-23. Qual era o papel do sangue na celebração dessa nova festa?
“A páscoa devia ser tanto comemorativa como típica, apontando não somente para o livramento do Egito, mas, no futuro, para o maior livramento que Cristo cumpriria libertando Seu povo do cativeiro do pecado. O cordeiro sacrifical representa o “Cordeiro de Deus”, em quem se acha nossa única esperança de salvação. Diz o apóstolo: “Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. 1 Coríntios 5:7. Não bastava que o cordeiro pascal fosse morto, seu sangue devia ser aspergido nas ombreiras; assim os méritos do sangue de Cristo devem ser aplicados à alma. Devemos crer que Ele morreu não somente pelo mundo, mas que morreu por nós individualmente. Devemos tomar para o nosso proveito a virtude do sacrifício expiatório. PP 192.3
“O hissopo empregado na aspersão do sangue era símbolo da purificação, assim sendo usado na purificação da lepra e dos que se achavam contaminados pelo contato com cadáveres. Na oração do salmista vê-se também a sua significação: “Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais alvo do que a neve”. Salmos 51:7. PP 193.1
“O cordeiro devia ser preparado em seu todo, não lhe sendo quebrado nenhum osso; assim, osso algum seria quebrado do Cordeiro de Deus, que por nós devia morrer. Êxodo 12:46; João 19:36. Assim também representava-se a inteireza do sacrifício de Cristo. PP 193.2
“A carne devia ser comida. Não basta mesmo que creiamos em Cristo para o perdão dos pecados; devemos pela fé estar recebendo constantemente força e nutrição espiritual dEle, mediante Sua Palavra. Disse Cristo: “Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o Seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue, tem a vida eterna.” E para explicar o que queria dizer, ajuntou: “As palavras que Eu vos disse são espírito e vida”. João 6:53, 54, 63. Jesus aceitou a lei de Seu Pai, levou a efeito em Sua vida os princípios da mesma, manifestou-lhe o espírito, e mostrou o seu benéfico poder no coração. Diz João: “O Verbo Se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a Sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e verdade”. João 1:14. Os seguidores de Cristo devem ser participantes de Sua experiência. Devem receber e assimilar a Palavra de Deus de modo que esta se torne a força impulsora da vida e das ações. Pelo poder de Cristo devem ser transformados à Sua semelhança, e refletir os atributos divinos. Devem comer a carne e beber o sangue do Filho do homem, ou não haverá vida neles. O espírito e a obra de Cristo devem tornar-se o espírito e obra de Seus discípulos. PP 193.3
“O cordeiro devia ser comido com ervas amargosas, indicando isto a amargura do cativeiro egípcio. Assim, quando nos alimentamos de Cristo, deve ser com contrição de coração, por causa de nossos pecados. O uso dos pães asmos era também significativo. Era expressamente estipulado na lei da Páscoa, e de maneira igualmente estrita observado pelos judeus, em seu costume, que fermento algum se encontrasse em suas casas durante a festa. De modo semelhante, o fermento do pecado devia ser afastado de todos os que recebessem vida e nutrição de Cristo. Assim Paulo escreve à igreja dos coríntios: “Alimpai-vos pois do fermento velho, para que sejais uma nova massa. [...] Porque Cristo, nossa Páscoa, foi sacrificado por nós. Pelo que façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade”. 1 Coríntios 5:7, 8. PP 193.4
Leia Êxodo 12:24-28. Qual é a ideia central desse texto?
“Em comemoração a este grande livramento, uma festa devia ser observada anualmente pelo povo de Israel, em todas as gerações futuras. “Este dia vos será por memória, e celebrá-lo-eis por festa ao Senhor; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo.” Ao observarem esta festa nos anos futuros, deviam repetir aos filhos a história deste grande livramento, conforme lhes ordenou Moisés: ‘Direis: Este é o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou as casas dos filhos de Israel no Egito, quando feriu aos egípcios, e livrou as nossas casas.’ PP 192.2
“As regras que Moisés deu concernentes à Páscoa são plenas de significado, e têm aplicação a pais e filhos nesta era do mundo. ... AH 324.2 LA 324.2
“O pai devia atuar como sacerdote da família, e se o pai fosse falecido, o filho mais velho devia realizar o solene ato de aspergir os umbrais da porta com o sangue. Este é um símbolo da obra a ser feita em toda família. Devem os pais reunir os filhos no lar e apresentar Cristo diante deles como sua Páscoa. O pai deve dedicar todo membro da família a Deus e fazer a obra que é representada pela festa da Páscoa. É perigoso depor este solene encargo nas mãos de outros. — The Review and Herald, 21 de Maio de 1895. AH 324.3. LA 324.3
“Decidam os pais cristãos que serão leais a Deus, e disponham-se a reunir os filhos no lar consigo e assinalem os umbrais com sangue, representando a Cristo como o único que pode proteger e salvar, a fim de que o anjo destruidor passe por alto o feliz círculo da família. Que o mundo veja que uma influência mais que humana está em operação no lar. Mantenham os pais vital conexão com Deus, pondo-se do lado de Cristo, e mostrem por Sua graça que grande bem pode ser realizado por meio da ação paterna. — The Review and Herald, 19 de Fevereiro de 1895. AH 324.4. LA 324.4
Deus feriu todos primogênitos no Egito. Por que Ele Se concentrou nos primogênitos? Leia Êx 12:29, 30; Hb 11:28
“Os israelitas obedeceram às instruções que Deus dera. Rápida e secretamente fizeram os preparativos para a partida. Suas famílias reuniram-se, o cordeiro pascal foi morto, a carne foi assada ao fogo, e preparados os pães asmos e as ervas amargosas. O pai e sacerdote da casa aspergiu o sangue nas ombreiras, e reuniu-se à família dentro de casa. Às pressas e em silêncio comeu-se o cordeiro pascal. Com temor respeitoso, o povo orava e vigiava, estando o coração do primogênito, desde o homem forte até a criancinha, a palpitar de um terror indefinível. Pais e mães cingiam nos braços seus amados primogênitos, ao pensarem no golpe terrível que deveria ser desferido aquela noite. Mas nenhuma habitação de Israel foi visitada pelo anjo distribuidor da morte. O sinal de sangue — sinal de proteção de um Salvador — encontrava-se em suas portas, e o destruidor não entrou. PP 194.3
“À meia-noite “havia grande clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto”. Todo primogênito na terra, “desde o primogênito de Faraó, que se sentava em seu trono, até ao primogênito do cativo que estava no cárcere e todos os primogênitos dos animais” (Êxodo 12:29-33), haviam sido feridos pelo destruidor. Por todo o vasto reino do Egito, o orgulho de cada casa fora derribado. Os gritos e prantos dos que lamentavam enchiam o ar. Rei e cortesãos, com rosto lívido e membros a tremerem, ficaram estarrecidos ante o horror que a todos dominava. Faraó lembrou-se de como certa vez exclamara: “Quem é o Senhor, cuja voz Eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tão pouco deixarei ir Israel.” Agora, estando aquele seu orgulho, que afrontava aos Céus, humilhado até o pó, “chamou a Moisés e Arão, de noite, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, servi ao Senhor, como tendes dito. Levai convosco vossas ovelhas e vossas vacas, como tendes dito; e ide, e abençoai-me também a mim”. Os conselheiros do rei igualmente, e o povo, rogavam aos israelitas que partissem, ‘apressando-se para lançá-los da terra; porque diziam: Todos seremos mortos’”. PP 194.4
“Quando o pedido para o livramento de Israel fora pela primeira vez apresentado ao rei do Egito, fizera-se a advertência das mais terríveis pragas. Foi ordenado a Moisés dizer a Faraó: “Assim diz o Senhor: Israel é Meu filho, Meu primogênito. E Eu te tenho dito: Deixa ir o Meu filho, para que Me sirva; mas tu recusaste deixá-lo ir; eis que Eu matarei a teu filho, o teu primogênito”. Êxodo 4:22, 23. Posto que desprezados pelos egípcios, os israelitas haviam sido honrados por Deus, tendo sido separados para serem os depositários de Sua lei. Nas bênçãos e privilégios especiais a eles conferidos, tinham preeminência entre as nações, como tinha o filho primogênito entre seus irmãos. PP 191.1
“O juízo de que o Egito fora em primeiro lugar advertido, deveria ser o último a ser mandado. Deus é longânimo e cheio de misericórdia. Tem terno cuidado pelos seres formados à Sua imagem. Se a perda das suas colheitas, rebanhos e gado, houvesse levado o Egito ao arrependimento, os filhos não teriam sido atingidos; mas a nação obstinadamente resistiu à ordem divina, e agora o golpe final estava prestes a ser desferido.” PP 191.2
“Quando Deus estava prestes a exterminar os primogênitos do Egito, Ele ordenou aos israelitas que recolhessem os seus filhos espalhados entre os egípcios e os reunissem em suas próprias casas e assinalassem com sangue os umbrais de suas portas, para que o anjo destruidor ao passar visse o sangue e passasse por alto essa casa. Era trabalho dos pais reunir os filhos. Este é seu trabalho, é meu trabalho, é o trabalho de cada mãe que crê na verdade. O anjo deve pôr um sinal na testa de todos os que estão separados do pecado e dos pecadores, e o anjo destruidor virá a seguir, para exterminar por completo tanto adultos como jovens.” T5 505.2